sexta-feira, 8 de junho de 2007

Ainda não entendeu o jogo 1?

Seus problemas acabaram! De todas as análises que eu vi até agora sobre a partida, esta me parece, de longe, a mais esclarecedora. Gostei muito dos argumentos, principalmente nas únicas palavras que consegui entender: "Creverando Cavariers", "Popovich", "Prayoffe" e "Sayonara".

Pílulas de beleza

Só para vocês não me acusarem de ranzinza, aí vão dois belos momentos do encardido duelo de ontem. Veja que nem tudo foi nuvem cinza.



Ginóbili dribla por baixo das pernas de Gibson




Parker encontra Elson para a cravada

A coragem, as cavadas e o aniversariante


Por Fábio Balassiano

Se a atuação de LeBron James merece poucos aplausos, a de Anderson Varejão, não. Primeiro brazuca a disputar a final da liga, o ala-pivô não teve receios, marcou Duncan com valentia e trouxe, como sempre, a energia necessária à equipe. A se lamentar, apenas, a veia cada vez mais aflorada na arte de cavar faltas. Ontem os árbitros foram reticentes, a torcida o vaiou e Robert Horry (outro bom artista nesta área) o ironizou no fim do jogo com palavras pouco elogiosas.

A se lamentar, ainda, que o basquete nacional não se aproveite do furacão Varejão para capitalizar com fãs e praticantes da modalidade. Grego comemorou aniversário ontem, e o pior é o seguinte: cada vela que ele assopra, é um ano a menos de evolução do esporte no país.

Três pontos

(1) Somados, Duncan, Parker e Ginóbili fizeram 27 cestas no jogo 1. LeBron, Hughes e Ilgauskas, juntos, ficaram em meia dúzia.

(2) E se, em vez de Gooden, fosse um jogador do San Antonio fazendo aquela falta flagrante em cima do Manu? Quais seriam os comentários?

(3) Jamais achei que um dia eu fosse pedir isso, mas o Cleveland precisa de Eric Snow por mais tempo do que os 14 segundos em que ele esteve em quadra. Pode ser útil para frear um pouco o ímpeto de Parker.

JOGO 1 - Lebron James ficou fora do roteiro

A noite de quinta-feira parecia seguir à risca o roteiro de um duelo entre San Antonio Spurs e Cleveland Cavaliers. As duas defesas foram bem, Duncan dominou o garrafão, Parker usou bem a velocidade, o elenco de apoio do Cleveland falhou. Tudo mais ou menos dentro do esperado, a não ser por um ponto simples e decisivo:

LeBron James.

Na abertura da grande decisão, o astro dos Cavs foi o único vagão fora dos trilhos. Esperava-se dele uma atuação ao menos razoável. Bem, esperou-se em vão.

Após errar seus primeiros oito arremessos, LeBron terminou com 14 pontos, sete rebotes e quatro assistências. Não se engane com os números: ele foi, de fato, o vilão da partida inaugural. Em resumo, não era exatamente o que se previa para a tão aguardada estréia em finais.

Bruce Bowen fez seu trabalho na marcação, mas não agiu sozinho. Sempre que necessário, o San Antonio mandou um ou dois corpos para ajudar nos bloqueios. Foi algo muito mais próximo das Jordan Rules do que o tal ferrolho prometido - e não cumprido - pelo Detroit Pistons.

Diante do San Antonio, James realmente entrou em apuros.



E nem adiantava fazer os passes. Das duas, uma: ou não havia ninguém livre ao alcance, ou esse alguém recebia a bola e errava o chute.

Daniel Gibson, é verdade, voltou a ser um sopro de esperança para o Cleveland. O menino precisa ficar mais de 30 minutos em quadra, é fato. Pavlovic, Gooden e Varejão foram mais agressivos do que o normal, mas ainda era pouco. Ilgauskas e Hughes trataram de afundar o barco.

O fato é que Duncan deu uma lição em LeBron no jogo 1. O ala-pivô deixou a quadra com 24 pontos, 13 rebotes, cinco tocos e duas roubadas, números fundamentais na vitória por 85-76. Parker cuidou do resto, com 27 pontos, sete assistências e várias flechadas mortais pelo garrafão.

No primeiro tempo, praticamente só houve defesa. Para quem gosta de ver ataque, certamente foi uma tortura. Ao menos, os Cavs conseguiram se segurar. No terceiro período, o ataque do San Antonio enfim funcionou e o bolo dos visitantes desandou. A reação no fim, com direito a um respiro animador de LeBron, deu um susto na torcida. Só um susto.

A partida não chegou a empolgar quem assistiu, mas já ditou o provável tom da série: placares baixos, muita marcação, e vantagem para quem conseguir furar o bloqueio defensivo do adversário.

Por enquanto, Spurs 1-0.

Duncan por pouco, LeBron por muito

Tim Duncan ficou me devendo dois pontos. No radar lá embaixo, acertei os 13 rebotes, mas botei 26 pontos. Se o Popovich deixa o homem na quadra mais 30 segundos, dava para cravar. Em compensação, errei feio sobre a atuação do LeBron: 14 pontos, sete rebotes, quatro assistências, quatro arremessos certos em 16 tentados. O rapaz sofreu com a defesa rival.

Enfim, um pouco de ataque

Não chega a ser um carrossel, mas o San Antonio conseguiu injetar no jogo algo que não tínhamos visto no primeiro tempo: ataque. O desenho ofensivo do time da casa melhorou, os arremessos saíram de lugares mais apropriados, as bolas começaram a cair. Na virada para o último quarto, a tendência se manteve e o San Antonio abriu mais e mais vantagem. Noite difícil para o Cleveland. Depois do intervalo, nada deu certo.