quinta-feira, 14 de junho de 2007

A lógica Spurs

Por Fábio Balassiano

Por essas coincidências do basquete, de 1991 para cá, a cada três anos o primeiro colocado do draft participa das finais da NBA. O problema é o seguinte: se não jogou nos Spurs, ficou com o vice...

Primeiro na seleção de 1991, Larry Johnson perdeu a final do campeonato reduzido contra o San Antonio em 99. O de 94, Glenn Robinson, levou o caneco na sombra de Duncan, o mais bem escolhido três anos mais tarde, em 2005. O sortudo de 2000 foi Kenyon Martin, pelos Nets, surrado na final de 2003 contra o mesmo time texano.

Será que LeBron James reverte esta louca-lógica? E será que o italiano Andrea Bargnani, de 2006, conseguirá aparecer em alguma final? Pelo visto, que ele torça contra o San Antonio...

Afinal de contas, quem é o MVP das finais?



Diante do cenário, é inevitável antecipar a discussão.

E, cá entre nós, só temos três candidatos:

Tony Parker, Tim Duncan e LeBron James (no caso de uma virada do Cleveland, o que só aconteceria com atuações heróicas do camisa 23).

Traduzindo: só temos dois candidatos, certo?

Pelos três primeiros jogos, o mais justo seria dar o prêmio ao francês. Se Duncan levar o troféu, tudo bem, mas vai se repetir a história de 2005, quando Ginóbili merecia ganhar e não ganhou. Parker foi, sem dúvida, a punhalada mais dolorosa para o Cleveland até agora.

Por outro lado, Duncan é o melhor jogador dos playoffs. Se a votação para MVP fosse feita agora, e não no fim da fase regular, o prêmio certamente iria para ele. Aos 31 anos, fez um campeonato brilhante.

Três pontos

(1) Na manhã de quinta-feira, nasceu Bryce Maximus, segundo filho de LeBron James. Papai não vai querer ser varrido na estréia do garoto, né.

(2) A audiência da final continua em queda livre. Do jogo 2 para o 3, houve uma redução de 30% no número de telespectadores.

(3) Ou seja, menos gente acompanhou ao vivo o segundo menor placar da história das finais. Só ganha de Fort Wayne 74-71 Syracuse, em 1955.

Último pedido


Leio no blog do NBA.com: dos últimos cinco times que abriram 3-0 na final, apenas um perdeu o jogo 4 - o Chicago Bulls, que aliás também perdeu o 5 para o Seattle em 1996. Os outros quatro (Sixers 1983, Pistons 1989, Rockets 1995 e Lakers 2002) varreram.

Será que o San Antonio engrossa a fila hoje? Na verdade, pouco importa.

Na prática, a série já está decidida, tanto faz se o Cleveland vencer pelo orgulho ou se for despachado diante da própria torcida. Eu só quero uma coisa:

Um jogo realmente bom nesta quinta.

Quero ver o que ainda não vi: os dois times jogando em alto nível ao mesmo tempo, acertando na defesa e no ataque e nos brindando com um espetáculo digno de uma decisão. Seria ótimo, mesmo na despedida, que este monólogo em preto-e-prata se transformasse num duelo de verdade.