segunda-feira, 11 de junho de 2007

Após o 2-0, a vantagem do 2-3-2



Além da eficiência do San Antonio, o Cleveland tem outro inimigo a enfrentar na final: o formato do mando de quadra. O time parte para três jogos em casa e, se quiser ser campeão, convém ganhar todos, como fez o Miami em 2006 após perder os dois primeiros para o Dallas.

No tradicional 2-2-1-1-1 dos playoffs, o Cleveland poderia até perder um dos próximos três, e ainda teria um jogo 6 em casa para empatar a série. No 2-3-2 da final, uma derrotinha que seja nas próximas três partidas significa a necessidade de vencer as duas últimas em San Antonio.

Como este sistema, o time que tem o mando e abre 2-0 em casa fica com a faca e o queijo na mão. No ano passado, o Dallas deixou a faca cair no chão e o Miami abocanhou o queijo. Mas algo me diz que o San Antonio não vai dar o mesmo mole. No pior dos cenários, perdendo os três em Ohio, o time ainda teria o conforto de decidir com dois no Texas.

JOGO 2 - Receita para deixar um francês feliz


Nem Eva Longoria seria tão boazinha.

A final da NBA já está a caminho do jogo 3 e o Cleveland Cavaliers continua fazendo todas as vontades de Tony Parker.

Na noite de domingo, o francês foi ainda mais letal do que na primeira partida e comandou o San Antonio Spurs na vitória por 103-92. Com vantagem de 2-0 na série, o time texano tem meio caminho andado para o título.

Parker deixou as assistências de lado (apenas duas) e liderou as ações no ataque com 30 pontos. Antes do intervalo, fez 16 e ajudou a equipe da casa a dar uma clínica de basquete. Como se não bastasse, encarnou uma espécie de cavalaria-de-um-homem-só no quarto período e jogou água gelada na reação do Cleveland.

Para variar, Tony não esteve sozinho na quadra - os dois outros mosqueteiros também brilharam. Tim Duncan flertou com um triplo-duplo: 23 pontos, nove rebotes e oito assistências (ok, nenhum toco desta vez). E Manu Ginóbili completou o serviço com 25 pontos, seis rebotes e 100% nos lances livres (11-11).

O mesmo banco de onde veio Ginóbili também fez despertar um Robert Horry furioso na defesa. Em busca do sétimo anel, o veterano colaborou com nove rebotes, quatro tocos e quatro assistências.

LeBron James começou o jogo mostrando uma boa dose de agressividade, mas acabou exagerando e logo cometeu duas faltas. O azar do craque desmontou o esquema de Mike Brown, que se viu obrigado a lançar Daniel Gibson antes da hora para formar um trio baixo com Hughes e Pavlovic.

Bem postado, o San Antonio abriu 11 pontos no primeiro período e terminou o segundo vencendo por 25.

A cada risco de relaxamento, Gregg Popovich pedia um tempo e consertava as coisas. Até que, sem Parker em quadra, viu seu time quase entregar os pontos no último quarto. Os Cavs cortaram a diferença, mas não chegaram a ameaçar de fato. Tony voltou e colocou ordem na casa.

LeBron apresentou números bem mais decentes que os do jogo inaugural: 25 pontos, sete rebotes e seis assistências. O aproveitamento de arremessos, contudo, continua abaixo do ideal (9-21), e a meia dúzia de desperdícios custou caro no fim das contas.

Gibson voltou a produzir bem, com 15 pontos, mas não teve a mesma energia defensiva. O titular Larry Hughes saiu zerado em 20 minutos. Anderson Varejão fez oito pontos e foi o maior reboteiro da noite, com 10.

A final migra para Ohio na terça-feira, com três duelos seguidos (ou dois, pelo menos) na Quicken Loans Arena. Faça suas apostas.

Reação animadora, futuro difícil

Pelo menos o Cleveland evitou a tragédia de perder de 40 ou 50 pontos. A reação no quarto período é um alento, mas o desafio do técnico Mike Brown é imenso. Marcar o trio Parker, Duncan e Ginóbili é uma missão praticamente impossível. Daqui a pouco eu volto com a crônica do jogo 2.